sábado, 5 de outubro de 2013

LUÍS LIGUDA - (1898-1942) - Missionário e Mártire SVD

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LUÍS LIGUDA - (1898-1942) - Missionário e Mártire SVD
Educador e Director Espiritual

Não sabemos muito acerca da morte do Pe. Luís Liguda. Segundo testemunhas oculares morreu afogado junto com outros nove colegas o dia 9 de Dezembro de 1942, no campo de concentração de Dachau. Mas o seu calvário foi longo, pois teve que suportar quase três anos de sofrimento antes de morrer.
Foi arrastado em Górna Grupa em Fevereiro de 1940 e passou por dois campos de concentração diferentes – Stutthof e Sachsenhausen – antes de vir a cair em Dachau. Suportou trabalhos forçados, fome, zurras sem fim e outras violências do género, mas sua presença foi um apoio para os outros prisioneiros. Seu espirito de tranquilidade e seu sentido do humor ajudaram a muitos a suportar a brutalidade do campo de concentração. Até nas situações mais radicais, encontrava palavras de alento ou uma anedota para partilhar com os outros. Permaneceu fiel a sua vocação religioso-missionária no meio de torturas e desapreço da dignidade humana até ao seu martírio.
Luís Liguda nasceu em Winòw, não longe de Nysa. Era o sexto de sete irmãos. Sua família era profundamente religiosa, o que exerceu grande influência na hora de discernir sua vocação, de modos que aos 15 anos entrou no Seminário Menor. A Primeira Guerra Mundial interrompeu sua formação sendo chamado ao serviço militar. Combateu em Flandes e França, e no fim da guerra tinha o grau de Sargento. Depois da guerra voltou a Nysa para terminar os seus estudos. Em 1920 iniciou o seu Noviciado SVD em S. Gabriel, Áustria. Ao emitir os Votos Perpétuos pediu ser destinado a China ou a Papua Nova-Guiné, mas os seus superiores acharam por bem deixa-lo na Polónia, onde regressou em 1928, um ano depois de sua Ordenação.
Antes de fazer os Votos Perpétuos em 1926, seu Prefeito escrevia sobre ele: “Sua capacidade intelectual é muito boa. Poderia ser idóneo para a actividade docente”. Não surpreende portanto, que fosse destinado para o ensino. Depois de receber a nacionalidade polaca e superar os exames de admissão à Universidade, estudou literatura polaca e história contemporânea. Seu estágio fez no Seminário Menor de Górna Grupa. Era muito apreciado por sua actividade docente, que sempre gostou muito. Seus estudantes de Górna Grupa recordam-no como um bom professor, amável e sempre bem preparado. Um deles escreveu que sempre o recordava com agrado como alguém “que costumava aportar alegria, um sorriso e sossego na turma”.
Além de sua pesada carga no ensino, com frequência pediam ao Pe. Liguda para dar palestras espirituais assim como servir de confessor em várias comunidades religiosas. Era conhecido e estimado como mestre de retiros e director espiritual. Já no início de seu primeiro destino missionário, desejava dedicar-se á pregação de retiros. Algumas de suas conferências e homílias foram publicadas e continuaram a exercer influência sobre os nossos jovens durante muito tempo, até depois de sua morte. Nos seus primeiros anos de Górna Grupa publicou “Audi Filia” – “Escuta filha” --, uma colecção de homílias dominicais para estudantes de ambos os sexos de escolas médias. Foi uma espécie de best-seller na altura. Seguiram outros dois livros: “Chleb i Sól” – “Pão e Sal” – e “Naprsód i Wyżej” – “Adiante e acima” --. O Pe. Luís era também ciente da importância da formação na vida religiosa, e tinha um interesse particular pelo apostolado entre os jovens. Seu carisma e sua preparação intelectual ajudaram-lhe a ter boas relações com os jovens.
Tinha também uma notável sensibilidade pela justiça, e era conhecido por defender outros que se encontravam em situações desesperadas. Nos campos de concentração não teve medo em continuar esta defesa do outro, o que lhe procurou naturalmente golpes e zurras assim como outras punições mesmo sádicas. Tinha 44 anos quando morreu, o mais velho destes nossos quatro irmãos mártires.

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