sábado, 5 de outubro de 2013

SANTO ARNALDO JANSSEN: Um apóstolo para os nossos tempos

Via Flickr:
Por Padre João Ladeira
SVD Angola

SANTO ARNALDO JANSSEN:
Um apóstolo para os nossos tempos

#### Esboço de sua Vida e Obras

1837. 5.11Nascimento em Goch
1849/1861Estudo no Liceu de Goesdonck: Matemática, Ciências da Natureza (Bona, Münster). Teologia
1861. 15.08Ordenação Sacerdotal (Münster)
1861- 1873Professor na faculdade
1869Director Diocesano do Apostolado da Oração
1874 Jan.Início da revista: «Pequeno Mensageiro do Sgdo. Coração de Jesus»
1875. 08.09Início da Casa Missionária em Steyl (Holanda)
1879 02.03Envio dos dois Primeiros Missionários a China: PP. von Anzer e José Freinademetz.
1884-1886Iº Capítulo Geral: Fundação da Sociedade do Verbo Divino (SVD).
1888-1904Fundação de mais 5 casas em Europa: S. Rafael (1888) Roma;
S. Gabriel (1889) Áustria; Sta. Cruz (1892) Neisse/Alem.; S. Vendelino
(1898) Alemanha; S. Ruperto (1904) Áustria
1889 08.12Fundação das «Missionárias Servas do Espírito Santo»
1882- 1908Aceitação de novos campos de trabalho missionário:
*China, 1882* Argentina, 1889
* Togo, 1892* Brasil, 1895
* Nova Guine, 1896* Chile, 1900
* USA, 1905* Japão, 1906
* Paraguai, 1908* Filipinas, 1908
1896 08.12Fundação das «Missionárias Servas do Espírito Santo de Adoração Perpetua»
1900 25.01Aprovação Pontifícia da SVD
1909 15.01Falecimento em Steyl
1975 19.10Beatificação, pelo Papa Paulo VI
2003 05.10 Canonização, pelo Papa João Paulo II


#### QUEM É ARNALDO JANSSEN?

### Infância e Juventude
Na «Frauemstrasse» de Goch, pequena aldeia junto do Reno, na Alemanha, fica a casa onde Arnaldo Janssen nasceu ao 05 de Novembro de 1837.
Seu pai, Geraldo Janssen, tinha um pequeno negócio de transportes além de uma pequena fazenda agrícola; ainda não tínhamos os carros nem o caminho-de-ferro, de modo que o transporte de mercadorias entre a Alemanha e a Holanda realizava-se na altura por tracção animal: uma carroça e um cavalo faziam a passagem entre a zona de Goch e a cidade holandesa de Nimega.
O pai Geraldo era um homem de corpo inteiro, sumamente honesto e com uma forte personalidade cristã: durante as longas viagens, ele sempre rezava o Terço, além de outras práticas religiosas que soube inculcar na sua família, naturalmente.
Aos domingos costumava assistir a uma Segunda Missa cantada em honra da Ssma. Trindade, e segundo o testemunho de um dos seus filhos, frade capuchinho depois, mesmo no leito de morte, fez jurar aos seus filhos que iriam continuar com esta prática também depois da sua morte. Frequentemente rezava com os seus filhos o Prólogo do Evangelho de João: «No princípio existia o Verbo, e o Verbo estava junto de Deus, e o Verbo era Deus...».
Também a sua mãe, Catarina Wellesen era uma mulher de profundos sentimentos religiosos e de oração firme: além de ter criado os seus oito filhos, soube levar à frente as suas obrigações como mulher da sua casa, sem deixar diariamente de assistir à Santa Missa bem cedo de manhã, rezando na parte da tarde a Via-sacra.
Nesta família nasceu Arnaldo. O pai tinha sempre recomendado, além da Segunda Missa aos domingos em honra da Ssma. Trindade, oferecer a Missa cada Segunda em honra do Espírito Santo, pedindo a sua graça para a semana.
Arnaldo herdou o espírito de oração de seu pai e de sua mãe, e soube também deixa-lo como herança nas suas Congregações.

### Anos de Estudo
A família de Arnaldo pertencia à classe media, e chegou a estudar porque o Padre da sua Paroquia se interessou por ele. Teve bastantes dificuldades com as línguas, porem, com aplicação chegou a falar bem o latim e o francês, com algum conhecimento também do italiano e do espanhol, já como sacerdote; gostava muito da Matemática e das Ciências de Natureza, disciplinas nas que realmente chegou a ter bastante domínio.
Inicia os estudos na escola paroquial da aldeia de Goch, dirigida pelo Padre da Paroquia. Desde Outubro de 1849, passa a estudar o liceu na escola diocesana de Goesdonck. Realmente foi um bom estudante: em 11 de Julho de 1855 faz em Münster as provas correspondentes ao bacharelado, tinha apenas 18 anos de idade.
Desejando seguir a formação para sacerdote, inicia os estudos superiores na Real Academia de Münster, que será depois Universidade a partir de 1902. Durante três semestres, de 1855 até 1857 segue lições de Lógica, Psicologia e Pedagogia aplicando-se de modo especial na Matemática, pois pretendia ser professor dessa disciplina.
Nesse tempo Arnaldo mora no «Collegium Borromeum» fundado em 1854 pelo Bispo Jorge Müller. Ele era jovem demais para iniciar a Teologia, pelo que aproveita o tempo para fazer um curso de Ciências e Matemática na Universidade de Bona, com o consentimento de seu Bispo, pois era uma prioridade da Igreja local na altura preparar bons professores para entrar dentro do esquema de ensino.
Em Julho de 1857 faz as provas finais para Professor. No seu tempo em Bona ganhou um prémio por ter resolvido um problema de alta matemática que todos os anos organizava a Universidade de Bona, o prémio consistia numa quantia de 50 táleros, com que quis honrar seu pai, convidando-o a passar uns dias de férias em Bona. Para o pai foi a primeira vez que teve possibilidade duma coisa do género. Em Junho de 1957 fez o exame da Universidade. Tinha na altura 22 anos, obtendo o título de Professor de Liceu para Matemática e Ciências.
Volta assim a Münster para continuar a sua formação sacerdotal. Estuda Dogmática, Moral, Direito Canónico e Ciências Bíblicas.
Na Sé de Münster, na festa da Assunção de Nossa Senhora de 1861 foi ordenado sacerdote pelo Bispo João Jorge Müller. Ao 17 de Agosto, celebra a sua Primeira Missa, sendo nesta data acompanhado pelo pai.

### Primeiros anos de sacerdócio
O jovem sacerdote Arnaldo foi encarregado de realizar o seu serviço sacerdotal como Professor na escola municipal de Bocholt, onde dedicou-se ao ensino e exerceu o cargo de Prefeito.
Ao mesmo tempo ajudava como capelão na Paroquia de S. Jorge, onde celebrava a Sta. Mesa e administrava o sacramento do Perdão. Doze anos passou Arnaldo nestes serviços: exercendo-os de modo muito responsável; este traço caracterizou sempre os seus trabalhos. Estava sempre disponível para realizar conferencias, escrevia artigos para promover a escola em que trabalhava.
Já Director diocesano do Apostolado da Oração visita em 1869 mais de 300 das 350 paroquias com que contava a Diocese de Münster. Aproveita a revista «Mensageiro» para apresentar as intenções mensais do Apostolado; sem dúvida esse foi um dos grandes instrumentos para difundir a espiritualidade do Pe. Arnaldo, porquanto chegou a ter uma tiragem de perto de 400.000 exemplares. Neste tempo viaja por toda Alemanha, Áustria, Suíça, para tornar a revista conhecida no contexto alemão conhecida.
Em 1867 realiza a sua primeira grande viagem ao exterior, à Exposição Mundial de Paris, e desde lá aproxima-se até Ars, onde tinha morrido o Santo Pároco João Baptista Vianney. Em Setembro desse mesmo ano está presente na magna assembleia dos católicos da Alemanha e da Áustria, o «Katholikentag».
Nessa ocasião fala com o Pe. Malfatti S.J., director nacional do Apostolado da Oração, e por insinuação do mesmo é nomeado Director Diocesano, como já vimos.
Entretanto começa a sentir-se menos à vontade na sua tarefa de Professor, sobre tudo porque desde 1871 estão em vigor as leis do Kulturkampf, contrarias a todo o que seja católico. Assim deixa a tarefa de Professor em Bocholt ao 19 de Março de 1873.

### Editor de uma revista missionária
As Irmãs Ursulinas do Calvário tinham uma escola superior para meninas em Kempem. Aqui ficou Arnaldo dois anos como capelão. Também ministrava aulas de religião para as meninas, porem sempre tinha tempo de sobra.
Assim planejou organizar uma revista Missionária, que seria publicada em Paderborn, pela editora de S. Bonifácio. A respeito do conteúdo trazia notícias das missões exteriores e algumas orações; apresentava também a geografia, fauna e botânica dos países de missão. O Pe. Arnaldo chamou-a «Pequeno Mensageiro do Sagrado Coração» no fim de Setembro de 1873 tinha preparado o primeiro manuscrito para a imprensa; fizera-se uma tiragem de 10.000 exemplares.
Já na edição do segundo número, Arnaldo confessa o objectivo da revista: «O “Pequeno Mensageiro” deverá promover o interesse pelas Missões Exteriores da Igreja Católica dentro da pátria. Confiamos que esta magnífica obra seja acompanhada pela oração e pelas ofertas. Confiamos também promover aqui e acolá algum interesse pela missão, e se Deus assim o dispor, algum dia poderemos iniciar um Seminário de Missões».

### Fundação da Casa de Missões
Ao 23 de Maio de 1874 teve notícia da visita do Vigário Apostólico de Hong-Kong, Mons. Raimondi, ao Pároco von Essen, em Neuwerk. Ali apresentou-se Arnaldo, com a ideia de recolher alguma informação acerca das missões na China, para posterior publicação.
O Pe. Arnaldo aproveitou para apresentar um seu sonho: a fundação de um Seminário de Missões para a Igreja de língua alemã. O Bispo animou-o a unir-se na tarefa com o Pároco von Essen, cheio de atenção também pela obra missionária em Luxemburgo. O Pe. Arnaldo, não se sentia animado: para a fundação de um Seminário do género era preciso um grande homem, pensava. O bispo, como inspirado pelo Espírito Santo, simplesmente diz: «Funde-o você mesmo!. E junto com o Seminário levante também uma escola missionária, onde bons rapazes possam dar os primeiros passos no caminho da sua formação para o Sacerdócio». Arnaldo rezou para ter Luz e Força.
Como fruto destas orações, ele compreendeu claramente a Vontade de Deus: ele mesmo deveria tomar em suas mãos a fundação duma casa missionária. Era a vontade de Deus!.
O Pároco von Essen não podia deixar a sua Paroquia, devido às leis do Kulturkampf: o seu Bispo não deu autorização. Arnaldo ficou assim só com tão grande tarefa na mão.
Arnaldo viajou até Venlo. Nesta cidade fronteiriça, em Tegelem exactamente, havia uma casa com grande quintal, que se prestava muito bem para o que ele desejava. Porem o preço era mesmo alto: 45.000 marcos. Não ficou desmoralizado. Visitou os Bispos da Holanda pedindo-lhes a sua Bênção para a obra; visitou alguns Seminários Maiores, falou com os seminaristas aprestando-lhes a ideia.
O ancião Bispo de Roermond, Mons. Paredis falou depois da visita do Pe. Arnaldo para um sacerdote diocesano: «Esteve aqui o Sr. Janssen, o capelão das Ursulinas de Kempem. Imagine-se, pretende fundar uma casa missionária, e não tem nada. Realmente o é um maluco, ou então é um santo».
O arcebispo Paulo Melchers, de Colónia, ouvindo falar dos planos do Pe. Arnaldo, diz: «Vivemos tempos em que nada se mantém de pé, e você pretende levantar algo novo?». Naturalmente, ninguém podia-lhe ajudar. O seu Bispo, Bernardo Brinkmann, de Münster, também não tinha possibilidades para o apoiar.
Entre tanto tinha aparecido uma nova oportunidade para responder ao sonho de Arnaldo, que já estava plenamente convencido de que a Obra era vontade de Deus, e já nada nem ninguém o poderia impedir de a realizar. Na aldeia de Steyl, junto ao rio Mosela, que pertencia ao municio de Tegelem, encontrava-se uma antiga pousada, em venta, e com um preço muito mais acessível, embora ainda alto para Arnaldo. Porem comprometeu-se a comprar por um preço de 17.000 marcos.
E pus as coisas nas mãos dos leitores do Pequeno Mensageiro. A quantia poderia sair das doações dos pobres. Uma jovem, que entrou no convento das Clarissas de Düseldorf, trouxe a sua dote com ela, que chegava a 9.000 marcos. A Abadessa enviou este dinheiro à nova fundação de Steyl. Um segundo presente de 6.000 marcos veio da jovem empregada Catarina Schell. Com este dinheiro comprou Arnaldo a velha pousada junto do rio Mosela para fundar nela a primeira Casa de Missões alemã. As oferendas dos pobres, mais uma vez, estão nos alicerces das Congregações de Steyl.
Também foram chegando os primeiros colaboradores: o estudante de Teologia João Baptista von Anzer, do Seminário Maior de Regensburg; Francisco Reichart, de Vorarlberg, e o Pe. Bill da Diocese de Luxemburgo.
Ao 16 de Junho de 1875 assinou-se o contrato de compra. Era o 200 aniversário das visões de Sta. Margarida Maria de Alacoque; esse dia era celebrado com festa em muitos conventos e paróquias por desejo do Papa Pio IX. Também Arnaldo e os seus colaboradores consagraram-se ao Coração de Jesus, deixando tudo nas suas mãos!. Arnaldo resumiu o texto da oração do Santo Padre numa oração que passou a ser o leit motiv dos Missionários de Steyl: «Viva o Coração de Jesus nos corações de todos».
Em 08 de Setembro de 1875 teve lugar a Bênção da Casa Missionária, junto ao rio Mosela. Esse dia celebra-se a festa do Nascimento de Nossa Senhora. É também a data do nascimento da Congregação dos Missionários do Verbo Divino - Societas Verbi Divini, SVD -. Foi uma grande festa para toda a aldeia de Steyl. O Santo Padre enviou a sua Bênção.
Ainda chegaram novos reforços. O jovem Henrique Erlemann, de Wadersloh na Westfalia, que foi um autêntico presente do céu naqueles momentos: tomou a direcção das construções e fabricou as mobílias precisas.
Chegou também um irmão do Pe. Arnaldo, que era religioso Capuchinho, Ir. Junipero, homem de um humor invejável. Foi o cozinheiro da pequena comunidade, e uma espécie de mãe para os habitantes daquela comunidade Missionária.

### Dificuldades e primeiros problemas
Uma coisa tinham clara os primeiros habitantes de Steyl: queriam levar a graça de Cristo aos povos que não o conhecem, instaurando o Reino de Deus. O problema se apresentava à hora de decidir que organização interna seria a melhor para realizar este projecto.
O Pe. Arnaldo sonhava numa Congregação Missionária, com forte incidência da obediência a um Superior; assim ofereceu à pequena comunidade uma Regra e um Horário pelos que deveria reger-se a vida diária. Para programar isso, ele olhava às grandes Ordens com trabalho missionário. Por seu lado o Pe. Bill e os dois jovens seminaristas pensavam mais bem numa Associação de Padres diocesanos que se comprometiam com a Obra missionária, sem votos nem nada que lembrasse à vida religiosa.
Assim já entre os primeiros colaboradores criou-se um descontentamento cada vez mais forte, na medida em que o Pe. Arnaldo insistia na sua visão da vida na Casa de Missões. Chegaram a procurar apoios, com o argumento: «Arnaldo Janssen não é a pessoa adequada para um empreendimento como a fundação da primeira Sociedade de Missões alemã, ele é pouco prático». Arnaldo sofreu muito, e os seus colaboradores também. E sobre tudo por não ter ainda bem claro o caminho a seguir; procurou na oração claridade de ideias. Arnaldo decidiu-se por um estilo de sociedade religiosa. O Pe. Bill achou que não podia aceitar e retirou-se, e com ele o estudante Reichart; o jovem von Anzer continuou. A verdade que estas dificuldades ajudaram não pouco à centrar-se na oração e no trabalho.
E chegaram outros Sacerdotes. Aos 02 de Junho de 1876 Deus enviou ao Pe. Arnaldo a bênção do seu irmão Pe. João Janssen, e um amigo deste, Hermann Wegener; posteriormente, da Diocese de Bresannone, no Alto Adige italiano, o jovem sacerdote José Freinademetz, não podiam ser melhores os primeiros confrades.
O Senhor realmente abençoou o trabalho. Vieram jovens a Steyl para estudarem e se prepararem para a vida Missionária, e os sacerdotes trabalhavam como educadores. Em 15 de Agosto de 1876 foi Ordenado Sacerdote o jovem João Baptista von Anzer em Utrech; dois dias mais tarde tinham na casa de Missões a Primeira Missa do novo sacerdote, e aproveitou-se o ensejo para lançar a primeira pedra do novo edifício, porquanto a velha pousada tinha ficado muito pequena. No segundo aniversário da fundação teve lugar a Bênção do novo edifício. Os profetas de turno, que tinham previsto o fracasso total, tiveram que iniciar a olhar com visão distinta.

### A obra dos Exercícios Espirituais
O novo edifício foi usado sobre tudo para os sacerdotes que iniciaram a fazer aqui os seus Exercícios Espirituais. O Arcebispo Paulo Melchers de Colónia, que morava em Maastricht por causa das leis do Kulturkampf escreveu ao Pe. Arnaldo apresentando a possibilidade de os sacerdotes da sua Diocese puderem fazer o retiro em Steyl, visto que em Alemanha era mesmo difícil. Arnaldo aceitou, e assim, junto com a ideia missionária, foi crescendo em Steyl o apostolado dos Exercícios Espirituais. Em 1877 houve em Steyl três cursos de Exercícios para Sacerdotes, um curso para Homens e outro para jovens.
Esse foi o início da Obra dos Exercícios em Steyl. Milhares de Sacerdotes e de Professores, Homens e Jovens, Mulheres e Moças passaram por Steyl e lá ficaram uns dias de reflexão e oração. Esta grande «paróquia» de gente que fez os Exercícios Espirituais, que por Steyl passava, ficava impressionada pela atitude do pessoal da casa, o seu sentido da responsabilidade e do trabalho, terminando por ser os melhores propagadores da Obra de Steyl.
«Em nossos dias a Prensa é fundamental...»
Tanto como os Exercícios, foi a Apostolado da Prensa que marcou o início da Obra Missionaria de Steyl. Sabemos que Arnaldo esteve sempre metido dentro do mundo das publicações; não surpreende que bem cedo pensasse na possibilidade de iniciar com a publicação em casa do «Pequeno Mensageiro»de modo que já em Dezembro de 1875 trata com o impressor Henrique Stute da compra da sua gráfica; e ao 27 de Janeiro de 1876 já está em casa.
A Gráfica de Steyl teve início humilde, porem cresceu; foram aparecendo novas publicações: Stadt Gottes (1878), e sobre tudo Michaelskalender, desde 1880, que fizeram conhecida a Casa de Missões, e as obras da mesma na pátria e nos territórios de Missão.
A importância da Prensa não se pode deixar de lado. A intuição de Arnaldo foi realmente importante; até a Policia social do tempo de Hitler, depois da ocupação da Holanda, uma das primeiras coisas que fez foi encerrar a Gráfica de Steyl ao 12 de Fevereiro de 1941: « Agora, por fim, temos acabado com o centro da Acção dos Católicos».

### Irmãos missionários
Nunca poderemos valorar devidamente o peso dos Irmãos missionários na Obra de Steyl: foi a oração e o trabalho deles que fez crescer grande a Congregação do Verbo Divino. Deus enviou ao Fundador homens realmente impressionantes: assumiram o mantimento da Casa, a direcção da Gráfica, terminando por ser insubstituíveis no trabalho especifico da missão.
Seguiram aos seus irmãos sacerdotes a China, a Togo, a Sul-América. Nas missões construíram escolas, igrejas, hospitais; montaram fazendas e criações. Formaram um só coração com os sacerdotes: o coração da missão.

### Irmãs Missionárias
Sem o contributo da mulher, a obra da Pregação do Evangelho fica sem uma sua dimensão importantíssima: o acolhimento. As primeiras colaboradoras que Deus enviou ao Pe. Arnaldo foram Elena Stollenwerk, que tinha lido o apelo do Pe. Arnaldo no Pequeno Mensageiro chamando jovens cristãs que quisessem assumir os riscos da vida missionária como Irmãs.
Ao 29 de Dezembro de 1882, Elena chegou a Steyl; em 12 de Fevereiro de 1884 apresentou-se Hendrina Stenmanns. Junto com outras meninas foram ocupadas nos serviços de cozinha da Casa Missionária, e depois de longa preparação, Arnaldo Janssen deu inicio à Congregação das Irmãs Missionárias Servas do Espírito Santo aos 08 de Dezembro de 1889. Na vestição, a Irmã Elena passou a se chamar, Maria, que será depois Beatificada pelo Papa João Paulo II. Por seu lado, Hendrina passou a chamar-se Irmã Josefa. As duas são consideradas como Co-fundadoras das Congregações de Irmãs Missionárias.
Bem cedo, já ao 15 de Setembro de 1895 saíram também as primeiras Irmãs Missionárias rumo a Argentina. Até a morte do Fundador, foram destinadas por este às Missões mais de 301 Irmãs. Das duas primeiras Irmãs, nem a Irmã Maria, nem a Irmã Josefa saíram para as Missões, a sua tarefa fundamental foi apoiar ao Fundador e consolidar a jovem congregação das Servas do Espírito Santo.

### Irmãs Missionárias de clausura
Uma das mais fortes convicções de Arnaldo Janssen era a urgência da oração para realizar a obra missionária, porquanto de Deus Trindade Santa nasce e em Deus tem o seu objectivo e fim. Deus é o agente primeiro da Missão. Orar e Trabalhar seriam os dois eixos da acção missionária em todas as partes.
Para apoiar eficazmente na oração às duas Congregações de Steyl, o Pe. Arnaldo pensou na conveniência de unir à obra missionária um grupo de Irmãs contemplativas, cuja missão fosse precisamente segurar a acção dos seus irmãos e irmãs de vida activa. Assim, aos 08 de Dezembro de 1896 deu início ao grupo de Irmãs Missionárias Servas do Espírito Santo de Adoração Perpetua.
No serviço eclesial próprio da vida contemplativa, elas são propriamente missionárias participando dos trabalhos das duas congregações de vida activa. Na adoração contínua do Santíssimo Sacramento, elas pedem a graça do Espírito Santo para toda a Igreja, e de modo particular sobre a Missão da Igreja.

### Os Missionários do Verbo Divino no mundo
Ao 02 de Março de 1879 tinha lugar em Steyl o primeiro envio missionário. Os dois primeiros missionários foram João Baptista von Anzer, e José Freinademetz, enviados para a China, primeiro a Hong Kong, e depois ao território de Shantung, no Norte.
Desde aquela data, saíram de Steyl homens e mulheres, segundo o urgente convite do Senhor de fazer que a Boa Nova chegue até aos últimos cantinhos da terra. O mesmo Arnaldo tem celebrado a festa do Envio em 29 ocasiões; enviou pessoalmente 821 missionários: 333 sacerdotes, 187 Irmãos e 301 Irmãs.
Aos 05 de Novembro de 1907 celebraram os Missionários de Steyl o 70 aniversario do seu Fundador; estava presente o Bispo Henninghaus, sucessor de von Anzer no Shantung e no seu discurso diz: «Estou aqui em nome de 40.000 cristãos chineses, que devem a V.R. Padre, a graça de poderem escutar a Palavra de Deus, e que rezam por V.R. Estou aqui em nome de 43.000 catecúmenos; também rezam por V.R. mais de 150.000 almas de crianças que foram Baptizadas de urgência».
Aos 72 anos, o dia 15 de Janeiro de 1909, Arnaldo Janssen voltou ao Pai; os seus restos foram depositados na capela do cemitério de Steyl, mas o seu carisma contínua vivo: a sua obra continua viva e seguindo os seus passos no anuncio da Boa Nova da Salvação, Cristo Jesus na força do Espírito Santo.
Á morte do Fundador, a Congregação do Verbo Divino (SVD) contava com seis casas de formação, 430 Sacerdotes, 600 Irmãos, 450 Irmãs Missionárias e de clausura, mais de 1000 seminaristas.
Em 1975, cem anos depois da fundação da SVD, o Papa Paulo VI, no Domingo das Missões apresentou como modelo de vida cristã o Pe. Arnaldo ju.0nto com o Primeiro missionário SVD o Pe. José Freinademetz. E juntos foram Canonizados pelo Papa João Paulo II, também no Domingo das Missões, 04 de Outubro de 2003.
Também 100 anos depois da fundação das Irmãs Missionárias, foi elevada à glória dos altares a primeira mulher que entrou dentro do projecto missionário do Pe. Arnaldo, a Bem-aventurada Maria Helena.
Hoje (2012), a família de Arnaldo Janssen, está formada por 6015 Missionários do Verbo Divino, dos que 46 são Bispos. Por 3161 Irmãs Missionárias Servas do Espírito Santo, e ainda por 335 Missionárias Servas do Espírito Santo de Adoração Perpetua.

Ut Verbum Dei currat!

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